De Edinha Diniz, 2009. Livro relatando a vida de Chiquinha Gonzaga.
Mais um livro que falo no papel de admiradora.
Este, fala de Chiquinha Gonzaga. Compositora, pianista e regente brasileira, Chiquinha Gonzaga era a primeira em quase tudo o que fazia, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca ("Ô Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Fruto de união entre um general do Exército Imperial Brasileiro, José Basileu Gonzaga e Rosa Maria Neves de Lima, uma negra muito humilde. Nasceu no Rio de 1847, uma época em que tudo que se fazia poderia ser um escândalo, principalmente sendo uma mulher.
Abandonou o marido, Jacinto Ribeiro do Amaral, com quem se casou aos 16 anos e teve três filhos, por não aguentar as humilhações e para poder seguir o sonho da música. Levou consigo apenas o filho mais novo por não poder, pela proibição de Jacinto, levar os outros dois.
Anos depois, reencontrou seu grande amor do passado, João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha. Também o deixou para trás por não aguentar suas traições.
Aos 52 anos, conheceu João Batista Fernandes Lage, de apenas 16 anos, um grande admirador. Mas toda essa admiração acabou se transformando em amor, temendo o preconceito, Chiquinha fingiu adotá-lo como filho, para poder viver em paz ao seu lado.
Carreira:

Grande compositora, Chiquinha começou seu sucesso em 1877, com a polca ‘Atraente’. Uniu-se a um grupo de músicas de choro, junto com compositor Joaquim Antônio da Silva Callado, considerado o ‘Pai do Choro’. Mais tarde a compositora decide se lançar no teatro compondo a trilha da opereta de costumes ‘A Corte na Roça’. Em 1911, estreia seu maior sucesso no teatro: a opereta Forrobodó, que chegou a 1500 apresentações seguidas após a estreia - até hoje o maior desempenho de uma peça deste gênero no Brasil. Aos 87 anos, escreveu sua última composição, a partitura da peça "Maria". Foi criadora da célebre partitura da opereta Juriti, de Viriato Corrêa.
Chiquinha participou ainda, ativamente, da campanha abolicionista, e da proclamação da república do Brasil. Também foi a fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
Morreu aos 87, um dia antes do carnaval de 1835, deixando ao todo 77 músicas compostas para peças teatrais, cerca de duas mil composições em gêneros variados: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas. Mulher que merece admiração, respeito e orgulho de todos nós brasileiros.
O livro traz cerca de 90 imagens que convidam o leitor a conhecer o Rio de Janeiro da virada do século pelo olhar de grandes fotógrafos, além de fotos do acervo da família. Com uma pesquisa continuada da autora sobre detalhes da vida de Chiquinha, essa edição comemorativa dos 25 anos da obra torna-se imprescindível. Com belas e raras imagens do acervo fotográfico do IMS de Marc Ferrez, Augusto Malta e Georges Leuzinger. Inclui documentos inéditos.